O Maracatu Baque Alagoano é uma associação cultural sem fins lucrativos que revitaliza o Maracatu em Alagoas. Surgiu em março de 2007, na cidade de Maceió, em uma oficina realizada no CENARTE, onde despertou-se o interesse de fazer ressurgir o maracatu em Alagoas. Ritmo que, comprovadamente, teve seu nascedouro também em nosso Estado, já que um dia fizemos partes daquelas terras, tendo sido silenciado após o advento do “Quebra de 1912”, também conhecido como o “Quebra de Xangô”.
Ao longo dos anos vem se firmando dentro do Estado de Alagoas, como um grupo percussivo preocupado em difundir as nossas tradições por meio da execução de músicas de domínio público extraídas dos folguedos locais, tendo como base rítmica o maracatu, porém sem deixar de inovar, criando novos “baques” e loas que ressaltam o nosso povo e a nossa história.
Essa junção do antigo e do contemporâneo faz do Maracatu Baque Alagoano uma peça-chave no sentido de unir aqueles que, há muito se dedicam à transmissão do conhecimento folclórico no Estado, a exemplo dos nossos valorosos mestres, aos jovens que reconhecem a sua identidade cultural na musicalidade forte e atraente do grupo.
Com as homenagens a esses mestres e muitas vezes com a presença desses nas apresentações, a juventude passa a conhecer e respeitar o trabalho cultural desenvolvido em nosso Estado. Isto é fundamental para a perpetuação da cultura alagoana e de seus folguedos.
Sendo uma associação legalmente constituída, o Maracatu Baque Alagoano é composto por Coordenadoria, Conselhos e Comissões que tratam de assuntos que extrapolam a criação e execução de músicas ligadas ao folclore, mobilizando todos os seus membros no desenvolvimento de suas atividades.
É pacífico entre os membros do Maracatu Baque Alagoano que a estrutura organizacional estratificada existente é funcional e possibilita a obtenção da maioria dos objetivos descritos no estatuto do grupo. A estratificação do ponto de vista das relações interpessoais demonstra que a democracia implantada pelas suas lideranças revela um incentivo à humanização destas relações e à liberdade de expressão, prezando sempre pelo respeito aos interesses individuais, deixando o ambiente propício ao convívio amigável e salutar.
O histórico de suas atividades dentro do cenário alagoano faz do Maracatu Baque Alagoano um grupo social e culturalmente atuante, desempenhando seus trabalhos sem distinção, em todas as camadas sociais. O grupo reconhece a ligação do maracatu com a cultura negra e se identifica com ela, mostrando esta identificação por meio de suas músicas, vestimentas e ações inclusivas. Discriminação não prospera dentro do Maracatu Baque Alagoano, seja ela ligada à sexualidade, idade, ao público, religião ou classe social. Assim os batuqueiros se enxergam e se enchem de orgulho por integrarem um grupo tão digno e ativo no processo construtivo da cidadania e cultura no Estado de Alagoas.
Nesse sentido, concatenado com a realidade do Estado no tocante à falta de inclusão das camadas menos favorecidas economicamente e à dificuldade dos artistas locais em organizar um ambiente favorável ao fortalecimento da nossa cultura, o grupo realiza ações culturais nos mais diversos ambientes e almeja ampliar o desenvolvimento responsável de projetos sócio-culturais auto-sustentáveis com comunidades em risco social, onde as diversas vertentes artísticas se concentrem em um ambiente adequado e invistam seus esforços na construção da identidade dos jovens alagoanos.
O Maracatu Baque Alagoano conta, atualmente, com cerca de 40 membros e realiza duas oficinas anuais de Maracatu, dando oportunidade, ao final das oficinas, para que os participantes ingressem no Grupo e possam contribuir com o desenvolvimento e fortalecimento da cultura de nosso Estado.
