quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Visita ao Maracatu Nação Cambinda Estrela, em janeiro de 2009.

Descrição: batuqueiros do Baque Alagoano e do Cambinda Estrela,
com alfaias sobre a cabeça, pelas ruas da comunidade. É noite.

Gustavo Cavalcante*
Estivemos em Recife, nos dias 17 e 18 de janeiro de 2009, no bairro de Chão de Estrelas, onde fizemos uma "imersão" na comunidade e fomos participar dos ensaios do Maracatu Cambida Estrela (a Mestra do Cambinda Vanessa e o Batuqueiro Adriano “Mumu” vieram à maceió em 2008, e promoveram dois dias de intensa oficina com os integrantes do Maracatu Baque Alagoano).
A oportunidade nos deixou muito honrados. Desde à forma com que fomos acolhidos pelos nossos companheiros do Cambinda, até os momentos de integração, alegria e entretenimento, salientando, desse modo, para nós, a verdadeira função da arte.
E foi justamente esse senso de comunidade, como corpo social integrado, o que mais saltou aos olhos. Pessoalmente, tenho uma missão e característica hereditária que me leva a crer que só por meio da educação poderemos mudar as coisas.
E isso, conseguimos identificar naquele momento. Mesmo com todas as dificuldades existentes nos subúrbios das grandes cidades, ainda existe a centelha da esperança e o senso de que a mobilização e o despertar coletivo podem, sim, serem instrumentos de catarse para a ruptura de paradigmas tão nefastos.
Um momento sublime, e de grande importância, aconteceu no ensaio do sábado à noite: o mundialmente renomado percursionista Naná Vasconcelos realizou um ensaio com a participação de todos os batuqueiros, inclusive os do Maracatu Baque Alagoano, no que seria a preparação para a abertura do carnaval Recifense, na Praça do Marco Zero (apresentação reunindo 14 nações de Maracatu do estado).
Uma experiência esplêndida, inigualável, que enriqueceu sobremaneira nossa bagagem musical ainda em construção. Musicalmente – e humildemente - falando, saltos e avanços ocorrem quando podemos desfrutar situações ímpares como esta. “Construção” é a palavra-chave em todo esse processo. Como bem destacou Mestre Ivaldo, do Cambinda, “não existe um modo certo ou errado de tocar. A maneira como se toca maracatu, em sua nação, é o jeito que foi aprendido, assimilado e transmitido de geração em geração”.
Gostaria de destacar a presença dos companheiros do Baque Alagoano, cuja participação empolgada e o bom astral foram à temática de mais essa jornada. Mais uma, das muitas que ainda estão por vir.


Foto: Gustavo ao lado de Naná Vasconcelos, em frente à Sede do Cambinda Estrela.


*Gustavo, 25, é alagoano de Maceió, Administrador e Turismólogo, Consultor e Professor Universitário, é pós-graduado em Gestão de RH, Empresarial e EAD. É Mestrando em Educação Brasileira e ensina Jogos Empresariais e Empreendedorismo, além de Coordenar o Curso de Gestão Empresarial (FAA/IESA/IMEC). É batuqueiro do Baque Alagoano desde Abril de 2008.

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