Oficinas pretendem estimular a criação de grupos artísticos e confecção
de instrumentos de percussão
O Projeto Tambores, iniciativa da Universidade
Federal de Alagoas em parceria com a Prefeitura de Penedo e a Secretaria de
Estado da Cultura, será lançado neste sábado, 12 de maio. A iniciativa irá
beneficiar as comunidades de Oiteiro e de Tabuleiro dos Negros, localizadas na
cidade de Penedo, com oficinas que pretendem estimular a reprodução da cultura
de matriz africana.
As atividades do Projeto Tambores contarão com
apresentações artísticas dos grupos Maracatu
Baque Alagoano, Orquestra de Tambores e Maracatu a Corte de Ayrá. Também
participam os professores Edu Passos, que fará uma aula aberta, e Jadiel
Santos, que se apresentará com seu grupo de dança do Projeto Remanescente do
Reino, chamado Muquém.
No período da manhã, a programação começa às 9h, na
entrada do Povoado do Tabuleiro dos Negros, e se estende até 12h. À tarde, a
mesma programação ocorre na comunidade do Oiteiro, entre 14h e 17h.
Certificação
As duas comunidades quilombolas foram certificadas
entre 2006 e 2007, pelo Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas
(Iteral), que realiza o trabalho de catalogação há sete anos e já tem 65
unidades reconhecidas, que precisam do apoio público para auxiliar na
preservação e promoção das suas manifestações culturais.
Segundo a professora Clara Suassuna, coordenadora
do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab), projetos como o Tambores são de
grande importância em qualquer comunidade quilombola, mas Oiteiro e Tabuleiro
dos Negros têm maior necessidade, já que nas duas não existe um histórico de
produção cultural musical ou artesanal e não há iniciativas públicas que as
incentive. “É necessário agir dentro delas para valorizar a cultura do negro e
aumentar a autoestima dessas pessoas, o que pode diminuir os casos de
embriaguez e prostituição”, completa a professora.
O Projeto “Tambores”
O projeto, que surgiu por meio do Programa de
Incubadora de Empreendimentos Culturais (Incart), inclui na sua programação
oficinas de musicalização percussiva baseada em ritmos afro-brasileiros, Dança
Afro e confecção de instrumentos percussivos artesanais.
A organização busca estimular a formação de grupos
artísticos e culturais de matriz afro-brasileira e fomentar a indústria
criativa na linha da economia da cultura, orientando as comunidades para a
produção de instrumentos percussivos, tanto para consumo próprio quanto para o
mercado interno. Segundo o percussionista Wilson Santos, Alagoas se ressente da
falta de fornecedores de instrumentos artesanais e os grupos locais costumam
buscá-los em outros estados, como Pernambuco e Bahia.
Após o lançamento, haverá uma programação semanal a
partir de junho até o mês de novembro, em que serão realizadas as oficinas nas
comunidades e na Unidade de Ensino de Penedo.
Texto: Renata Menezes - estudante de Jornalismo
Fonte: UFAL - www.ufal.edu.br
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