Dia 22 de agosto é o dia dedicado ao folclore brasileiro. Quiséramos
nós que essa data fosse mais do que apenas um dia comemorativo, esquecido
imediatamente no dia seguinte, isso quando lembrado, pois não traz consigo
feriado algum.
Folclore é a transmissão de saberes, crenças e tradições de
um povo por intermédio de ações, manifestações artísticas e culturais. Porém, quando
acontece uma força popular para que essa transmissão se perpetue, pouco se
recebe de apoio para que ela seja concretizada.
O folclore não conta com grandes investimentos, incentivos
satisfatórios governamentais, sejam
federais estaduais ou municipais. Ele é preterido por necessidades básicas, como
a velha, boa e vital dobradinha saúde-educação, e acaba se enquadrando na
categoria dos “supérfluos”.
Em nosso país, e em nossos estados e cidades, a impressão
que se tem é de que tudo relativo a folclore, denominação tão abrangente do que
seja cultura, é quase sempre sucateado, abandonado, desvalorizado. Quem se
atreve a realizar algo pelas manifestações folclóricas, quando o faz, às vezes tem o sentimento de
se estar fazendo um grande favor. Em contrapartida, e ainda bem, há os que saem em dias tediosos e comuns, dias sem festa, peregrinando nos escritórios e gabinetes, pedindo oportunidade
para manter vivo o saber popular.
Mas, existe um grande paradoxo. Ao mesmo tempo, o tão falado
Folclore, em sua plenitude, não precisa da piedade de ninguém para existir, nem muito menos de
pequenas ajudas dadas com o intuito de esvaziar consciências pesadas. Ele é
algo muito mais geral, maior, pois está intrínseco à alma do povo, ao seu
falar, andar, agir, cantar, se relacionar. Está presente desde o batuque
distraído com a ponta dos dedos na mesa do jantar até os grandes maracatus que
estremecem a tudo e a todos com sua força salutar.
Todo investimento material é importante; sejam auxílios,
apoios ou atenções a artistas, grupos e qualquer outra manifestação cultural,
mas eles devem vir com reconhecimento, respeito, sem a aparência de que se está
fazendo uma caridade.
Investir em folclore, em manifestação artística popular, não
é fazer favor, é fazer justiça.
É preservar essências.
Nós do Baque Alagoano damos um salve ao saber popular!
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