quarta-feira, 22 de agosto de 2012

22 de agosto - Investir em folclore não é fazer favor, é fazer justiça.



Dia 22 de agosto é o dia dedicado ao folclore brasileiro. Quiséramos nós que essa data fosse mais do que apenas um dia comemorativo, esquecido imediatamente no dia seguinte, isso quando lembrado, pois não traz consigo feriado algum.

Folclore é a transmissão de saberes, crenças e tradições de um povo por intermédio de ações, manifestações artísticas e culturais. Porém, quando acontece uma força popular para que essa transmissão se perpetue, pouco se recebe de apoio para que ela seja concretizada.

O folclore não conta com grandes investimentos, incentivos satisfatórios  governamentais, sejam federais estaduais ou municipais. Ele é preterido por necessidades básicas, como a velha, boa e vital dobradinha saúde-educação, e acaba se enquadrando na categoria dos “supérfluos”.

Em nosso país, e em nossos estados e cidades, a impressão que se tem é de que tudo relativo a folclore, denominação tão abrangente do que seja cultura, é quase sempre sucateado, abandonado, desvalorizado. Quem se atreve a realizar algo pelas manifestações folclóricas, quando o faz, às vezes tem o sentimento de se estar fazendo um grande favor.  Em contrapartida, e ainda bem, há os que saem em dias tediosos e comuns, dias sem festa, peregrinando nos escritórios e gabinetes, pedindo oportunidade para manter vivo o saber popular.

Mas, existe um grande paradoxo. Ao mesmo tempo, o tão falado Folclore, em sua plenitude, não precisa da piedade de ninguém para existir, nem muito menos de pequenas ajudas dadas com o intuito de esvaziar consciências pesadas. Ele é algo muito mais geral, maior, pois está intrínseco à alma do povo, ao seu falar, andar, agir, cantar, se relacionar. Está presente desde o batuque distraído com a ponta dos dedos na mesa do jantar até os grandes maracatus que estremecem a tudo e a todos com sua força salutar.

Todo investimento material é importante; sejam auxílios, apoios ou atenções a artistas, grupos e qualquer outra manifestação cultural, mas eles devem vir com reconhecimento, respeito, sem a aparência de que se está fazendo uma caridade.

Investir em folclore, em manifestação artística popular, não é fazer favor, é fazer justiça.

É preservar essências.

Nós do Baque Alagoano damos um salve ao saber popular!

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