A Orquestra de Tambores de Alagoas realiza a gravação do 1º cd do grupo, após quatro anos de estudos com os ritmos afro-brasileiros. O ‘Bantus e Caetés’ é, como o próprio nome afirma, uma mistura de influência de duas culturas.
A cultura dos bantus - como eram chamados os negros de um grupo etnolingüístico localizado principalmente na África subsariana (entre a região de Camarões, se estendendo até à África do Sul e ao Oceano Índico), que foram trazidos para o Brasil na época da escravidão e fazem parte da mesma família lingüística, a das línguas bantas, e partilham, muitas vezes dos mesmos costumes culturais – e dos caetés – o povo indígena originário, na época da colonização portuguesa no Brasil, na área geográfica, onde atualmente se compreende o estado de Alagoas.
Segundo o músico e coordenador da Orquestra de Tambores de Alagoas, Wilson Santos, “a nossa musicalidade descende disso aí, dessa vertente, do crescimento espiritual e cultural desse lugar – de onde vieram os negros, bantus – da terra-mãe África e da miscigenação com o povo indígena que habitava aqui, os caetés”.
A musicalidade do grupo, essencialmente expressa por elementos sonoros extraídos de instrumentos como flauta, pífano e tambores, possibilitam a reprodução intuitiva de elementos da natureza, como o vento e a terra. Para o músico, esse processo já está codificado internamente. Sobre o trabalho ele afirma, “é uma cultura primitiva com base no contemporâneo, é só lembrar, porque, isto já está impregnado na gente”.
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