sexta-feira, 1 de abril de 2011

Alfaia, a voz do trovão na batida do Maracatu


Por sua plástica diferenciada, é forçoso dizer que ela exerce um certo fetiche sobre quem a olha pela primeira vez. Mas, a ela não é só beleza. Tem muita personalidade e sempre "fala" mais alto.

A origem da Alfaia é controversa. Há quem diga que é um instrumento europeu; outras defendem que a sua procedência é africana. A mesma divergência ocorre quanto a origem do nome. Para uns o nome deriva da árvore Faia que é típica da Região Nordeste. Com o prefixo "al", formando Alfaia, ganharia nome de móvel decorativo. A outra versão para o nome viria da mistura das palavras inglesas "all" (todos) e "fire" (fogo) em referência ao toque do tambor que leva "todos" a um "grande desfile de fogos". Existe, ainda, uma terceira versão. Alfaia viria de alfaiates, visto que a ação de afiná-la se assemelha ao trabalho de costura dos alfaiates.

Considerada o "coração do batuque", essa "filha do trovão" é responsável pela parte melódica do Maracatu. Há quem chame o som da Alfaia de "voz". E elas "conversam" entre si. No chamado "baque virado" ela possui três "vozes" básicas: o Martelo, o Ymalê e a Marcação.

Na ala das Alfaias do Maracatu Baque Alagoano, Andressa Figueiroa é o nome da fera. Poderíamos dizer que vê-la tocar é um acinte. Misturando graça e força, Andressa é uma propagandista nata das Alfaias. E olhe que ela consegue isso numa ala na qual sobram bambas. Diz que entra em "transe" quando toca. Pernambucana radicada em Alagoas, ela conta que antes de tocar a Alfaia "sentia o coração bater mais forte sempre que ouvia o seu som". E para ciúme do Marcelo Melo, outro batuqueiro da ala das Alfaias e seu marido, declara que o instrumento é o seu " coração".

Ouça o som da Alfaia no vídeo acima. Porque amanhã o encontro é ao vivo e em cores na Oficina de Maracatu do Baque Alagoano. E quem não for é um caco de Alfaia!

OFICINA DE MARACATU DO BAQUE ALAGOANO: É AMANHÃ, GENTE!

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